segunda-feira, 22 de abril de 2013

PINTANDO O 7 NUMA BOLA AZUL






                                 PINTANDO O 7 NUMA BOLA AZUL

                                                                       Nilson Montoril

Formação do Paysandu contendo oito dos onze atletas que derrotaram o Clube do Remo em 1945. Entre eles destacam-se; Athenágoras(o primeiro á esquerda da foto),  Simeão Palmério(goleiro), Bria(não jogou), Pedro Capivara(não jogou), Manuel Pedro(o quinto em pé) e Nascimento(o sexto em pé). O ponta direita Valentim(de joelho) não participou do embate. Farias( 1 gol), Hélio Costa( 2 gols), Guimarães( 1 gol) e Soiá (3 gols) foram os goleadores daquele domingo de julho de 1945.Faltam nessa escalação os atletas Arleto Guedes,Izan e Mariano.
                        No dia 22 de julho de1945, em partida realizada no Estádio Evandro Almeida e válida pelo primeiro turno do campeonato paraense de futebol da 1ªdivisão, o Paysandu aplicou uma contundente goleada no Clube do Remo por 7x0. O prélio foi dirigido pelo árbitro paraense Alberto Monard da Gama Malcher e funcionou como representante da Federação Paraense o Tenente Euclides de Morais Rodrigues que era membro da diretoria do Júlio César Esporte Clube. Homem devotado à natação, Euclides Rodrigues  atuou posteriormente em Macapá onde realizou um meritório trabalho com nossos nadadores, inclisive conduzindo-os à conquista do campeonato Brasileiro Infanto-Juvenil em 1956. O certame foi disputado na piscina do Ginásio do Ibiapuera, em São Paulo.O Paysandu foi superior ao Remo desde o inicio da partida, mas só conseguiu marcar um gol aos 37’da 1ª faze do embate. Esse tento foi assinalado por Hélio Costa, o famoso “Cabecinha de Ouro” do futebol paraoara após receber um passe açucarado de Arleto Guedes. O mesmo Hélio que em 1953 veio trabalhar no Território do Amapá e defender as cores do Trem Esporte Clube Beneficente. Antes do fim do 1º tempo foram expulsos de campo, porque brigaram Vicente (Remo) e Arleto (Paysandu). No tempo complementar o Paysandu foi impiedoso: Farias ao 1º minuto, Soiá, aos 4’, Soiá,aos 9’, Soiá, aos 20’, Hélio, aos 24’ e Nascimento aos 44’ passaram a régua no placar. No ano de 1945, o Paysandu conquistaria o tetra-campeonato do certame paraense. O Paysandu formou com Palmério; Izan e Athenágoras; Mariano, Manoel Pedro e Nascimento; Arleto, Hélio, Guimarães, Farias e Soiá. O Clube do Remo alinhou com Tico-Tico; Jesus e Expedito; Mariozinho, Rubens e Vicente; Monard, Jiju, Jango, Capi e Boró. Três desses atletas atuaram no futebol amapaense: Hélio Costa, Expedito Dias e Soiá. Hélio foi trazido por Belarmino Paraense de Barros para jogar pelo Trem em troca de um emprego. Ingressou no quadro de funcionários do Território do Amapá como artífice, exercendo suas atividades na Escola Industrial de Macapá. A 15/1/1950, ele fazia parte da seleção paraense de futebol que derrotou o escrete do Amapá por 1x0, na inauguração do Estádio Territorial que a partir de janeiro de 1956 passou a ser chamado Glicério de Souza Marques. Além de defender o time do “Trem Lapidador”, Hélio Costa também formou na seleção amapaense. Faleceu em Macapá e aqui está sepultado.

Hélio Costa marcou cerca de 237 gols jogando pelo Paysandu. Apenas o Bené o supera em número de tentos assinalados com a camisa bocolor.Em Macapá Hélio Costa trabalhou na Escola Industrial na condição de mestre e artífice. Sempre prestou sua prestimosa colaboração ao Trem Esporte Clube Beneficente.
Expedito Dias foi um lateral esquerdo técnico e elegante no trato da bola que chegou a Macapá em 1952.  Aceitou um emprego de servidor público federal mediado por Acésio Guedes para formar na onzena do Esporte Clube Macapá, onde jogou por muito tempo. Lotado na Divisão de Educação, ocupou a função de Chefe da Seção de Material até aposentar-se. A passagem do Soiá pelo futebol do Amapá foi breve e antes de formar na onzena do Paysandu.Chegou a integrar o elenco do Esporte Clube Macapá, mas não se acostumou a viver em Macapá e preferiu retornar à Vigia, sua terra natal.El iniciou sua carreira de futebolista  no Uruitá Esporte Cube. Em 1947, ao deixar o Papão, Soiá voltou para o mesmo Uruitá.

Manoel Cardoso tinha duplo apelido:Soiá e Caboco. No Paysandu ele ficou consagrado como Soiá. Antes de integrar o elenco do Paysando, Soiá passou pelo União Esportiva e Esporte Clube Macapá. Posteriormente rtetornou à Vigia e ao Uruitá Esporte Clube, onde começou a jogar futebol. Suas qualidades futebolisticas interessaram ao Papão quando ele servia no 26º Batalhão de Caçadores, em Belém. Jogou no Paysandu até 1947.
Não se deve confundir o Boró, ponta esquerda do Clube do Remo com o João Pignataro, também apelidado Boró, que ainda vive na cidade de Macapá e formou no Amapá Clube e na Seleção do Amapá. O nosso Boró, que ao chegar a Macapá era conhecido como Borozinho, é sobrinho do atleta que defendeu o Clube do Remo. A goleada de 7x0 que o Paysandu deu no Clube do Remo ficou eternizada na música: “Uma lista branca, outra lista azul, essas são as cores do Papão da Curuzú (bis). O nosso time joga pra valer, até o Peñarol veio aqui pra padecer. O Paysandu topa qualquer parada, quando perde é por descuido,mas depois vem à virada; pintou o sete numa bola (tela) azul, são os feitos sem defeito do Papão da Curuzú”. O Peñarol, base da seleção de futebol do Uruguai, detentor de 2 títulos da Libertadores da América e de um Mundial de Clubes, perdeu para o Paysandu por 3x0, no dia 18/7/1965 ,em partida realizada no Estádio Leônidas de Castro, em Belém. O time uruguaio excursionava pelo Brasil e por onde passava massacrava seus adversários.Entretanto , diante do Paysandu sentiu o travo da derrota graças aos gols assinalados por Ércio, Milton Dias e Pau Preto. Empolgadissimo com a vitória alvi-celeste o torcedor Francisco Pires Cavalcante compôs o hino popular do Paysandu após a vitória sobre o Peñarol, mas não esqueceu o 7x0 sobre o Remo, em 1945. Vale lembrar que no dia 26 de novembro de1943, o Paysandu já havia vencido o Remo por 7x1.

 
Uma das formações time do Trem Esporte Clube Beneficente que disputou o campeonato amapaense de futebol de 1957. O centro avante Hélio Costa já não atuava com muita frequência e também era o treinador da equipe. O apelido do atleta que aparece entre o goleiro Vasconceloe e o lateral esquerdo Turibio era Guloso e não Goloso.



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