quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

UM FANTÁSTICO GIRO PELO NORDESTE

Por Nilson Montoril

Ribamar Pessoa e Nilson Montoril na Praia do Jacaré, em João Pessoa. Neste logradouro, todos os dias, ao por do sol, um saxofonista toca o Bolero de Ravel a bordo de uma pequena canoa, no Rio Paraiba. A foto foi tirada no domingo, dia 16/1/2011.

        No período de 15 a 21 de janeiro de 2011, estive em João Pessoa, a aprazível capital do Estado da Paraíba. Estava acompanhado de minha esposa Rosa, minha filha Débora, meu genro Ewerton e dos netos Rodrigo e Júlio César. Curtíamos férias, iniciadas em Fortaleza, no dia 6 de janeiro. Às 07h30min horas da manhã do dia 12 tomamos o rumo do sul do Estado de Ceará com destino a Exu, simpática cidade do sertão pernambucano, terra de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Utilizamos um Pick-up Mitsubishi, cabine dupla e, a despeito de duas paradas de média duração, chegamos a Exu às 16h30min. No decorrer da viagem fui relembrando os meus tempos de estudante, apreciando detalhes do relevo nordestinos citados por meus professores de geografia do Colégio Amapaense. Conhecemos o açude Castanhão, uma obra maravilhosa que represa cerca de sete bilhões de metros cúbicos de água e integra o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. À proporção que nos aproximávamos de Assaré, Crato e do Juazeiro do Norte, meu estado emocional aumentava. Afinal de contas, eu estava prestes a conhecer lugares onde viveram meus antepassados antes de migrarem para a Amazônia a partir de 1898.

Nilson Montoril na entrada do Mausoléu de Luiz Gonzaga.
Na rota para Exu não entramos no Crato, mas passamos pelo trecho da estada que para lá converge. Alguns quilômetros depois dessa entrada vislumbramos a bela Chapada do Araripe. Depois de alcançá-la, iniciamos a subida e trafegamos 26 km por uma estrada pavimentada até o ponto de descida em demanda de Exu. Ficamos hospedados na casa onde reside o casal Edílson Ferreira e Carlena Alencar. Ele oficial reformado do Corpo de Bombeiros do Estado do Amapá. Ela, natural daquela região e integrante da família que tem em Bárbara de Alencar a sua maior referência.

A meu lado, Raimundo Praxedes, vaqueiro do Gonzagão.
Tivemos a feliz oportunidade de visitar o “Parque Asa Branca” que compreende a antiga propriedade de Luiz Gonzaga. Também conhecemos Crato e Juazeiro do Norte, cidades onde ainda moram muitos dos meus parentes, membros das famílias Alencar, Queiroz, Maia, Montoril,Araújo. Em Juazeiro, estivemos no local onde viveu o Padre Cícero Romão Batista e todos os lugares que se referem à fé do povo nordestino por ele. No sábado, por volta da 7h35min tomamos o rumo de João Pessoa. Iríamos percorrer mais de 700 km e tudo transcorreu sem atropelos.

Débora em frente a réplica de uma  "Casa de Reboco"
Chegamos a João Pessoa às 17h40min e nos deparamos com um sério problema: o hotel onde tínhamos feito reservas não honrou com sua palavra. Ainda chegamos a manter contatos com outros estabelecimentos hoteleiros, mas não havia vagas. Chegamos a pensar em emendar caminho para Natal, desistindo de fazê-lo depois que recorremos aos préstimos do casal Ribamar Pessoa e Carmem Nery Pessoa. Pleiteamos apenas um pernoite, mas eles fizeram questão que aceitássemos a hospitalidade pelo tempo que quiséssemos ficar em João Pessoa. Nesta ocasião lembrei de dois velhos ditos populares: “Quem tem padrinho não morre pagão” e “Não fica desamparado quem tem amigo na praça”.
Nilson e Ribamar, este acessando o computador em seu apto.

Domingo, dia 16 de janeiro de 2011, Ribamar, Carmem, eu e Rosa fomos visitar o centro histórico de João Pessoa, a Paia do Jacaré, a Ponta Seixa e outros lugares pitorescos da bela e acolhedora capital paraibana. Fiquei maravilhado com a riqueza arquitetônica da Igreja de São Francisco e do Convento de Santo Antônio, que formam um belo complexo. Em João Pessoa encontramo-nos com o Nilson Montoril Júnior, Anelisa e Lucas. Ainda tivemos tempo para ir a Jacumã, onde revemos Tia Francisca Juracy Montoril Cabral, que até pouco tempo residiu em Itabaiana.

Rosa, Nilson Jr.,Tia Juracy, Nilson,Débora,Rodrigo,Lucas,J.César
Na manhã do dia 18/1/2011, esticamos a viagem a Recife, Porto de Galinhas e Jaboatão do Guararapes, onde pernoitamos.No dia seguinte, 19 de janeiro, às 14 horas, sob pesado temporal deixamos Recife com destino a Natal, no Rio Grande do Norte. À noite, encontramos tempo e disposição para rever alguns pontos marcantes de Natal e jantarmos no restaurante Mangaio. Dia 20, após o café da manhã, tomamos a estrada em direção de Fortaleza, almoçando em Mossoró e parando em Canoa Quebrada para conhecê-la. Em Fortaleza permanecemos até 26 de janeiro de 2011.
Lucas,Riquele,Fernando,Anelisa,Débora,Tia Juracy,NM,Ewerton,Juju.
  Débora, Ewerton, Rodrigo e Júlio César tinham deixado a capital alencarina, por via terrestre, no amanhecer do dia 25 de janeiro, pernoitando em Teresina e chegando a Belém ao anoitecer do dia 26. Eu e Rosa fizemos o trecho Belém/Fortaleza/Belém por via aérea. No final deste ano de 2012, pretendemos seguir outra rota, planejando melhor a questão de hospedagem para não sermos surpreendidos pelo mau caráter de alguns gerentes de hotel. Tia Francisca Juracy Montoril Cabral reside atualmente em João Pessoa e possui um apartamento em Jacumã, cuja praia é bastante procurada pelos turistas.

Carmem Pessoa e Rosa Araújo na Igreja de São Francisco
Ao final deste relato não posso deixar de agradecer o importantíssimo apoio que minha família recebeu dos amigos Ribamar Pessoa e Carmem Nery Pessoa, ilustres proprietários de um belo apartamento no 17º andar de um prédio edificado no bairro Manaíra, em João Pessoa, de cuja sacada vê-se parte do litoral e o Oceano Atlântico, tão grande como os corações que eles carregam em seus peitos. Também merece destaque o acolhimento que recebemos do casal Edilson e Carlena, em Exu, cidade que os abriga há 10 anos e de onde não pretendem sair. Em João Pessoa  contamos com a parceria do botafoguense


Edilson, Carlena e Rosa no entorno da imagem do Pe. Cicero
  Inaldo, paraibano que mora em Macapá e que lá se encontrava em gozo de férias. Não faz muito tempo que Exu viveu momentos de muita discórdia entre as famílias Alencar e Sampaio. Com a intercessão de Luiz Gonzaga e intervenção do Exército a paz foi estabelecida. Tive a oportunidade de passar alguns momentos de descontração numa fazendola de membros da família Alencar e ali encontrar alguns Sampaios que conversavam animadamente. A Serra ou Chapada do Araripe corresponde a um Parque Nacional com variado eco-sistema. A cidade, cujo nome não tem nada a ver com divindade do Candomblé e sim designa a colméia de abelhas,atualmente é abastecida por água transposta do Rio São Francisco. É cortada por uma rodovia que se estende até Petrolina/PE e possui tráfego considerável.


Impressionante imagem de cera que personifica o Padre Cicero Romão Batista repousando em uma rede.A imagem fica isolada em uma sala do Memorial do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte. Tirei a fotografia através da vidraça.

Nenhum comentário: